Páginas

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eles existiram por oito séculos. Eram conhecidos pela coragem, lealdade, orgulho, disciplina e as habilidades com a espada, a katana.

Até pouco tempo, os samurais habitavam nossa imaginação
como bravos guerreiros, principalmente por causa dos filmes e livros. Mas o que pouca gente sabe é que eles possuíam condutas rígidas, seguidas por toda a vida. Esse conjunto de normas chamava-se Bushidô.

Segundo Sidharta Rezende, um dos coordenadores do
instituto Niten, responsável por difundir a cultura dos samurais no Brasil, a palavra Bushidô significa literalmente "o caminho do guerreiro" e ele pode e deve ser usado nas situações mais simples dos dias atuais.

Dois bons exemplos de conduta bushidô é sempre tratar as
pessoas com dignidade, mesmo que haja discordância de idéias, e não chegar atrasado aos compromissos. São comportamentos simples, que muitas vezes nós esquecemos de seguir.

"O bushidô era um código de honra não escrito e um modo
de vida para os samurais que fornecia parâmetros para esse guerreiro viver e morrer com honra. Seguir o bushidô é dar ênfase à lealdade, fidelidade, auto-sacrifício, justiça, humildade e, acima de tudo, honra", ensina Rezende.

Mas como desenvolver todas essas virtudes nos dias atuais?
O instrutor explica que o verdadeiro guerreiro é aquele que busca seu próprio caminho, e, segundo ele, todas as pessoas têm condições de crescer interiormente.   

"Muitos podem estar perfeitamente buscando o caminho sem
saber disso. Guerreiro é a pessoa que tem um objetivo, e, por meio deste, passa a ter consciência de seu dom e limitações. Através dessa consciência, o guerreiro atinge sua meta, combinada com a vontade de vencer fraquezas, temores e limitações".

Além da busca pelo aprimoramento pessoal constante, o
Bushidô também ensina a ser mais tolerante com o próximo e a encarar os desafios com serenidade.

Rezende cita duas experiências pessoais para ilustrar sua
explicação. "Pratico o Kenjutsu, a arte marcial com espadas dos samurais, há doze anos e aprendi que os problemas devem ser solucionados por partes e com a maior serenidade possível. O samurai não terminava a luta de uma só vez. Ele ia minando as forças do adversário até desferir o golpe fatal.